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sábado, 20 de fevereiro de 2010

MANOEL SORIANO NETO

----- Original Message -----


From: MANOEL SORIANO NETO

To: J. C

Sent: Saturday, February 20, 2010 4:59 PM

Subject: RE: Direitos autorais e reedição de livros em meio WEB





Prezado amigo Cascaes!

Meus parabéns por mais essa campanha que o amigo emprrende! A literatura digital é importantíssima nos dias atuais. Não podemos, nós leitores, estudantes, etc, ficar reféns das editoras que visam basicamente ao lucro. Eu quando era professor de História Militar na AMAN, sofri na pele o prblema a que vc se reporta: tencionava publicar um livro acerca de Campanhas Militares da Antiguidade Clássica e tive a promessa de uma editora do RJ. Mais de um ano se passou e nada, apesar de eu e a AMAN arcarmos com os custos; terminei deixando de lado a pretensão maior e o livro foi publicado pela Editoerra Acadêmica da própria Academia e se tornou um dos livros didáticos da Cadeira de História Militar. A Lei que vc preconiza para a liberação de livros só viria a beneficiar milhões de brasileiros e robustecer a cultura nacional!

É mais uma cruzada a que o amigo se dedica, tal qual Dom Quxote! Palmas, muitas palmas!

Estou migrando para o "gmail", eis que tive problemas com o "hotmail"; eis o meu endereço eletrônico lá: "msorianoneto@gmail.com".

E já mantive contato com o Marcelo Barreto, filho de nosso inesquecível Erasmo Barreto, meu amigo desde os bancos escolares da AMAN - que Deus o tenha...

Receba, de coração, o mais amigo dos abraços deste seu admirador,

Soriano.

Liberação de direitos autorais

O Governo Brasileiro fez um golaço ao quebrar patentes de remédios, que custavam muito caro aos brasileiros, dando início à indústria dos genéricos. Graças a essa atitude enérgica, corajosa e eficaz os brasileiros viram os preços dos medicamentos diminuírem e ganharam alternativas importantes.

Isso deveria valer também para a cultura.

Algo extremamente lamentável é ver os preços dos livros e ainda por cima descobrir que muitas obras espetaculares não são mais reeditadas.

A cultura, venha de onde vier, torna-se importante porquê recebe a aceitação do povo, que paga para usufruí-la sempre que possível. Se o autor conquista notoriedade é por diversos fatores, dele e de um público que se interessa pelo que fez, um sem o outro não vale nada.

A música ganhou universalidade graças às emissoras de rádio e de TV, onde patrocinadores permitiram acessibilidade a todos que pudessem ouvir via rádio ou televisões programações que as apresentassem. Felizmente o custo desses aparelhos permitiu um número infinitamente maior de ouvintes do que tínhamos até um século passado, oferecendo a bilhões de pessoas o prazer e a educação de programas musicais e agora, com as TVs, peças teatrais, filmes, documentários etc. O cinema ficou no meio do caminho porque o custo ainda é elevado.

Em qualquer seminário, congresso, debate, programa e até em pregações religiosas ouvimos sempre que nosso povo precisa de melhor educação. É fácil agradar sindicatos e dizer que devemos pagar bem mais, sustentar mais gente para que todos possam aprender um pouco.

Maravilhosamente a internet veio para quebrar barreiras e paradigmas.

Quem imaginaria algo parecido a blogs, youtubes, orkuts, twitters, celulares, Kindles etc. há umas duas décadas atrás?

Agora existem e possibilitam a acessibilidade a obras culturais de qualquer espécie em praticamente toda a superfície da Terra onde o esquimó ou o índio mais selvagem, o milionário ou o favelado, o acadêmico ou o vestibulando saibam teclar algum laptop ou PC conectado à rede WEB. Mais ainda, graças a linguagens de sinais e sonorização de textos pessoas com dificuldades auditivas ou visuais podem saber o que está sendo dito e escrito.

Evidentemente precisamos de infovias.

O IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor oferece estudos valiosíssimos sobre a internet no Brasil . Sabemos que estamos atrasados, mas que alguma luz aparece no horizonte. No Paraná temos o projeto BEL , algo fantástico que certamente produzirá resultados positivos (se o próximo governador não atrapalhar).

O Governo Federal está anunciando a universalização da banda larga , ótimo. Vão usar para quê?

Nosso povo precisa de livros bons. A língua portuguesa é restritiva e os poucos livros que existem, se forem de boa qualidade, esgotam-se e se transformam em produto raro nas prateleiras de livrarias e sebos.

Nossos legisladores federais poderiam estudar e encontrar uma solução que desse o seguinte resultado:

• Livros esgotados após um tempo deixariam de ser propriedade dos editores e os autores não poderiam impedir a republicação.

• A publicação de livros manifestamente interessantes ao povo (via enquetes) e esgotados passam para uma fundação ou autarquia (após um tempo curto de espera).

• Os livros de interesse popular e acadêmico seriam então publicados, reservando-se compensações financeiras aos criadores da obra via custo de download e/ou publicidade (O governo gasta uma fortuna em publicidade).

• Os proprietários dos direitos autorais ganhariam pela autoria da obra e não pela colocação em prateleiras, mídia etc.

O principal custo dos livros está no papel, impostos, arte (capa), transporte, armazenamento, distribuição, prateleira, livreiro etc. O autor, a menos que seja um craque da literatura, fica com uma parte pequena do preço de venda. Tudo isso poderá ser reduzido substancialmente com a edição digital, distribuição via internet, aumentando-se a receita financeira dos autores, pois a amplitude da distribuição seria infinitamente maior.

Quebrar privilégios em torno de obras culturais e literárias é equivalente ao que se conquistou com os remédios genéricos.

Será que nosso Governo Federal tem competência e disposição para essa luta, acrescentando a tudo isso a edição digital, divulgação via internet ou DVDs ou equivalentes?

Lembrem-se que um pendrive pode armazenar dezenas de livros...



Cascaes

20.2.2010

Direitos Autorais e livros digitais livres

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010